terça-feira, 19 de novembro de 2013

Galinha d'Angola

Galinhas da angola, ou numida melagris galeata,conhecidas popularmente também como: Angolista, Capote, Angolana, etc. Constituem uma espécie avícola cujas características são bastante próximas às dos faisões. Essa ave é originária da África e foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o período de colonização. Mesmo depois de tanto tempo sendo considerado um animal domesticado, a galinha da angola ainda apresenta traços dos seus hábitos selvagens. Elas voam sempre que se sentem ameaçadas e escondem seus ninhos em locais de difícil acesso quando são criadas soltas na propriedade.



Controle biológico:

Uma das características mais interessantes da galinha da angola é a sua importante participação no controle biológico, auxiliando o equilíbrio ambiental através do consumo de insetos, formigas, carrapatos e outras pragas do meio rural. Há relatos de aumento significativo na quantidade de leite produzido e na qualidade da carne bovina fornecida em propriedades com galinhas da angola. Isso porque elas consomem essas pragas, proporcionando uma pastagem mais limpa para o gado. Assim, essas aves podem influenciar diretamente o desempenho dos bovinos e, consequentemente, o lucro do criador. Vale ressaltar que elas também se alimentam de flores, frutos, gramíneas e sementes.

Carne e ovos:

A criação de galinha da angola pode ser destinada ao comércio da carne ou dos ovos. Saborosa, a carne dessa ave lembra muito à do faisão. Ambas são muito apreciadas na gastronomia, sendo frequentemente requisitadas por restaurantes sofisticados para compor pratos refinados. Os ovos da galinha da angola têm o gosto bem parecido com os ovos que estamos acostumados a consumir. Algumas criações não são destinadas nem ao abate nem à venda de ovos, concentrando-se somente na criação ornamental, já que as galinhas da angola possuem uma beleza singela que encanta.



Sistemas de criação:

No sistema extensivo de criação as galinhas vivem soltas pelo campo, normalmente em casais, e reproduzem-se sem a intervenção do criador. No entanto, esse sistema inviabiliza uma produção significativa de ovos e um cuidado mais eficiente com o bem-estar das aves, pois elas gostam de explorar todo o ambiente e se dispersam facilmente. O sistema extensivo também dificulta o acesso aos ovos, já que eles são depositados em lugares de difícil acesso e muitas vezes só são encontrados quando já estão estragados. Desse modo, para obter uma boa margem de lucro, o criador deve optar pelo sistema intensivo de criação, no qual o desempenho das aves pode ser rigidamente controlado.

Instalações necessárias:

As instalações necessárias às galinhas da angola são praticamente as mesmas das demais espécies de galinha e não exigem um alto investimento. Quando houver mais de uma raça de galinha da angola na mesma propriedade, elas devem ser mantidas em ambientes distintos para que não se cruzem. Recomenda-se que o viveiro para criação dessas aves seja grande o suficiente para abrigar cerca de 10 animais. Especialistas afirmam que o ideal é que as instalações disponibilizem 4 m² por cabeça.
Os dormitórios, que podem ser de madeira ou alvenaria, devem ter poleiros para que as aves se acomodem durante a noite. É fundamental que o local seja coberto atrás e dos lados e tenha a parte da frente voltada para o sol. Galinhas da angola gostam de ciscar, portanto, quanto mais natural o solo do viveiro, melhor será o seu desempenho. Desse modo, o chão pode ser forrado com substratos naturais, como feno, capim ou palha. É aconselhável que essa cobertura atinja aproximadamente 15 cm de altura, pois assim as galinhas podem enterrar seus ovos ali mesmo, dispensando a construção de ninhos.

Considerações sobre o manejo:

Galinhas da angola são aves de manejo simples e barato. Passíveis de se adaptar a qualquer clima, elas podem ser criadas em qualquer região do país. Essa espécie caracteriza-se pelo hábito diurno e por ter ótima convivência em grupo, podendo dividir o mesmo espaço com outras aves. Galinhas da angola fazem muito barulho, portanto, devem ser mantidas distantes dos animais que precisam de um ambiente mais tranquilo para se desenvolver e reproduzir. Elas quase nunca ficam doentes, porém é fundamental que o criador mantenha suas vacinas em dia. Elas devem ser vacinadas anualmente contra newcastle e bouba aviária.

Reprodução:

Durante a primavera as fêmeas põem os ovos, que são eclodidos 28 dias depois. Normalmente as galinhas da angola são criadas em uma proporção de quatro ou cinco fêmeas para cada macho, mas recomenda-se que na época de reprodução haja uma redução de quatro ou cinco para apenas três fêmeas. O criador não pode se esquecer de fornecer vitaminas às galinhas da angola para que elas se fortaleçam e tenham um melhor desempenho para se reproduzir.

Pintinhos d’angola:


Assim que nascem, as aves devem ser protegidas de todos os fatores que podem ser prejudiciais ao seu desenvolvimento ou ameaçador a sua sobrevivência. Assim, não podem ficar expostas à umidade e à variação de temperatura, bem como não devem permanecer em ambientes que possam transmitir doenças ou que sejam propícios ao aparecimento de predadores. Vale ressaltar que com aproximadamente uma semana de vida já é possível perceber que as avezinhas são capazes de buscar abrigo sozinhas. Os filhotes de galinha da angola costumam ser muito agressivos, portanto, devem ficar separados das aves adultas para evitar atritos.


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