Peito
seco ou caquexia: Maior
reclamação do publico leigo, não é uma doença e sim um sintoma, a principal
característica é o emagrecimento rápido e a observação do osso esterno, possui
causas variadas como: deficiência nutricional, doenças bacterianas, fungicas,
parasitárias ou virais. É extremamente importante o diagnóstico preciso da
causa deste sintoma, para um tratamento eficaz.
Hipovitaminoses: Sempre associada à má nutrição. Uma das
causas do "peito seco", penas sem viço e eriçadas. As aves na
natureza se favorecem da diversidade dos alimentos, em cativeiro não há
variações, por isso, a importância da suplementação permanente.
Viroses:
Bouba aviária: Também conhecida por epitelioma contagioso,
varíola das aves, difteria, "caroço", "pipoca"e
"bexiga", afeta todas as aves e em qualquer idade, ocorrendo com
maior freqüência no verão devido à proliferação de mosquitos que disseminam o
vírus de local para local, picando e sugando as aves. Quando a bouba infecta a
pele, aparecem os nódulos nas regiões desprovidas de penas (crista, barbelas,
em volta do bico e dos olhos). Quando afeta a garganta (forma diftérica),
há formação de placas que podem se alastrar causando dificuldades para
respirar, perda de apetite, prostação e mortalidade elevada. Também o melhor
controle se faz com a VACINA, que pode ser aplicada logo ao nascer.
Doença de Newcastle: Altamente contagiosa, afeta
aves em qualquer idade. O vírus pode pode afetar e causar lesões no sistema
digestivo, respiratório e nervoso, causando alta mortalidade.Aves com a doença
de Newcastle na forma respiratória reduzem o consumo de alimentos e apresentam
espirros, dificuldade em respirar, conjuntivite e, às vezes, inchaço da
cabeça.Aves em produção de ovos reduzem bruscamente a produção. Na forma
digestiva a doença pode provocar diarréia com presença de sangue e mortes
repentinas sem nenhum sinal e as lesões se concentram no sistema digestivo
caracterizando-se, principalmente, por úlceras e hemorragias.Na forma nervosa,
que pode ou não estar associada à forma respiratória, observa-se a paralisia de
pernas e asas, incoordenação, torcicolo e opstótomo.As melhores maneiras de
controle consistem na VACINAÇÃO, isolamento dos casos e higiene impecável.
Observação: o vírus da Newcastle pode provocar conjuntivite no ser humano,
portanto cuidado ao manusear aves suspeitas, doentes ou vacinas.
Doença de Marek: É uma neoplasia de origem viral
que afeta aves jovens, caracterizando-se pela presença de tumores que podem ser
encontrados nas vísceras das aves (Marek visceral), no sistema nervoso central
e periférico (Marek neural), na pele (Marek cutânea) e no globo ocular (Marek
ocular). Os sintomas de quase todas as formas levam a ave à prostação,
paralisia e morte elevada. A vacina também pode ser dada com 1dia de nascidos
os pintos.
Encefalomielite aviária: Afeta e infecta aves adultas e
jovens, mas somente as jovens, até 8 semanas de idade, desenvolvem a doença que
é caracterizada por tremores e paralisia do pescoço e cabeça. Nas aves em
produção há queda brusca de postura. Existe a vacina, principalmente para
indivíduos destinados à reprodução.
Bacteriose:
Colibacilose: Doença comum na avicultura, causando
grandes prejuízos. A bactéria encontra-se nos intestinos de aves e mamíferos,
sendo eliminada com as fezes. Portanto higiene é fundamental como sempre nos
ambientes de criação.Os pintinhos podem nascer contaminados devido à
contaminação das cascas dos ovos ou ainda, contaminar-se no pinteiro. Os
sintomas: onfalite, aerosaculite, pericardite, perihepatite e peritonite.Os
sintomas também podem estar localizados nas articulações, causando artrite e ou
no oviduto, causando salpingite.Pela gravidade e difusão de sintomas, é doença
que pode causar grande mortalidade. A higiene e desinfecção periódica das
instalações é a melhor maneira de prevenir esta doença.
Salmonelose: Esta
doença é uma das mais preocupantes pois pode representar problemas para o ser
humano, pois as salmonelas infectam tanto mamíferos quanto aves, apesar de
haver salmonelas específicas para cada caso, havendo entretanto, salmonelas
consideradas não específicas. As principais são a pulorose, que afeta aves
jovens, e o tifo aviário, que afeta principalmente aves adultas. As salmonelas
não específicas causam o paratifo aviário. As salmonelas são altamente
patogênicas para mamíferos e aves, causando alta mortalidade. Seus sintomas se
confundem com com outras bacterioses, como a colibacilose e a diferenciação é
feita com o isolamento e identificação da bactéria. O controle mais uma vez
envolve higiene rigorosa e eliminação dos focos (aves portadoras da bactéria).
Micoplasmose: Altamente
contagiosa, afeta aves de todas as idades apesar da baixa mortalidade. Seus
sintomas podem ser: artrite e espirros.Como sempre a higiene e eliminação dos
portadores é o controle eficaz.
Coriza
infecciosa: Doença altamente contagiosa afeta aves em todas as idades, sendo a
vacina a forma mais efetiva de controle. Ataca principalmente as vias aéreas e
seus sintomas são espirros, conjuntivite, inchaço facial (sinusite). Evitar
correntezas de ar e friagens pois costumam agravar os sintomas.
Pasteurelose: Também
conhecida como septicemia hemorrágica e cólera aviária, infecta aves com mais
de 6 semanas, provocando alta mortalidade. As carcaças de aves que morreram da
doença são o principal meio de infecção pois os roedores e outros animais
levam a bactéria e a disseminam entre as criações. A bactéria pode permanecer
na carcaça e no solo por até 3 meses. Seus sintomas são: febre, sonolência,
congestão ou cianose de cristas e barbelas e morte repentina.O controle dessa
doença baseia-se no combate aos ratos e roedores silvestres pois são
considerados seus vetores além da higiene e desinfecção periódica das
instalações. Também as vacinas aplicadas entre 10 / 16 semanas de idade (duas
aplicações com intervalo de de 2 - 4 semanas) podem ajudar mas os resultados
não são 100% garantidos, portanto mais uma vez a prevenção consiste em muita
higiene e controle de entrada de novos indivíduos no plantel ( quarentena).
Botulismo: Causado
pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, é
muito freqüente nas criações de fundo de quintal devido ao hábito de fornecer
sobras de comida caseira para as aves. As aves que ingerem a toxina existente
na matéria orgânica em decomposição apresentam um quadro de paralisia flácida e
morte repentina. No controle da doença deve-se evitar exatamente fornecer
alimentação passível de desenvolver essas bactérias.
Estafilocose: A
estafilocose aparece na forma difusa (septicemia) com mortalidade elevada, ou ,
na forma localizada, caracterizada por artrite e abscesso no coxim plantar,
podendo afetar aves em qualquer idade. Higiene e desinfecção são as formas de
controle mais eficazes.
Borreliose: Doença
transmitida por carrapatos comum em criações de aves caipira.Sintomas: Palidez,
anorexia, fezes esverdeadas e morte. O controle consiste em eliminar os
ectoparasitas, principalmente os carrapatos.
Ornitose: A mesma
doença é chamada de psitacose quando afeta psitacídeos (papagais,etc),
clamidiose quando afeta o homeme ou outros mamíferos e de ornitose quando afeta
aves não psitacídeas.A doença é muito grave de diagnóstico e tratamento
difícil. Sintomas: dificuldades respiratórias, gastroenterite e morte. Exige o
máximo de cuidados no manuseio dos cadáveres e carcaças pois é altamente
contagiosa. É útil nesses casos o crematório.
Tuberculose: Causada
pelo Mycobacterium avium, afetando principalmente aves adultas,
principalmente as de criação caipira e de zoológico, sendo os suínos a fonte de
contaminação para as aves. Os sintomas são dificuldade respiratória, palidez e
manqueira. Como os bacilos são eliminados nas fezes e nos ovos, podem
constituir um grave problema de saúde pública. As aves positivas devem ser
eliminadas e incineradas.
Aspergilose: Doença
infecciosa das aves jovens em geral, provocada por fungos (môfo) e capaz de
causar grande mortalidade.A contaminação pode ocorrer durante a eclosão dos
ovos, nos ninhos, nas criadeiras ou até nas granjas (cama e alimentos). Deve
ser controlada evitando-se qualquer vestígio de fungos nas instalações e
principalmente na sacaria de ração ou cereais de alimentação. Procure sempre
comprar ração dentro do prazo de validade indicado na sacaria e armazene sempre
em lugares isentos de umidade. Em caso de suspeita de contaminação, não forneça
a alimentação às aves.
Parasitoses:
Coccidiose: É uma doença causada por parasitas que
provocam lesões nos intestinos, podendo variar desde pequenas irritações até
lesões mais graves, com hemorragias e necrose, além de alta mortalidade.
Sintomas: perda de peso, despigmentação e diarréia com ou sem sangue. As aves
se contaminam ao ingerir ovos (oocistos) maduros através da cama, ração ou água
contaminados. Os oocistos são introduzidos na criação por equipamentos, homem,
animais e insetos. O controle consiste em higiene e desinfecção e uso de drogas
coccidiostáticas(normalmente já presentes em rações de boa qualidade).
Entero-hepatite: A doença
é também chamada de cabeça negra dos perus ou histomoníase. Afeta
principalmente perus jovens causando lesões necróticas nos cecos e fígado, com
mortalidade elevada. Apesar de ser doença dos perus é importante estar alerta
no caso de haver contato com essas aves e o plantel de galinhas.
Verminoses
e ectoparasitoses: As verminoses são provocadas por diferentes formas de vida
(parasitas) que usam os seus hospedeiros para retirar deles o seu sustento,
afetando o desenvolvimento e a produção e levá-los até a morte.As
ectoparasitoses mais frequentes são causadas por dermanissos, ornitonissos,
sarna, carrapatos, percevejos, moscas e mosquitos. A Ectoparasitose pode
debilitar as aves e predispô-las a outras doenças, portanto um controle efetivo
deve ser feito pulverizando-se as instalações com inseticidas que tenham boa ação
residual, evitando-se também a superpopulação de aves. Um programa de
vermifugação deve ser instituído periodicamente e, no caso de dúvidas,
encaminhar as fezes ou o parasita para identificação.
Doença de
origem nutricional ou metabólica:
Diátese exsudativa: As aves mostram-se com
edemas e hemorragia de tecido subcutâneo nas regiões baixas do corpo. A doença
está relacionada com com deficiência de vitamina E e selênio. Pode ser
controlada adicionando-se antioxidante às raçôes e a reposição desses elementos.
Encefalomalácia
nutricional: As aves afetadas mostram-se com incoordenação motora, prostração e
morte.As lesões se encontram principalmente no cerebelo, que pode estar
aumentado de tamanho e com hemorragia.A principal causa é a deficiência de
vitamina E que deve ser adicionada à água de beber e melhorar a qualidade de
alimentação fornecida.
Raquitismo: É uma
doença carencial causada por deficiência de cálcio, fósforo ou vitamina D,
podendo afetar o esqueleto como um todo, apresentando deformidades e consistência
de borracha.Suplementos minerais além de boa alimentação evitam esses sintomas.
O sol também ajuda na recuperação e prevenção do raquitismo.
Micotoxicoses: São
doenças causadaspor ingestão de alimentos contaminados por micotoxinas. A
principal fonte de micotoxina para a ave é o milho e/ou a ração.As micotoxinas
são produzidas por fungos, portanto qualquer aparência de contaminação (porções
azuladas ou mofadas) no milho ou ração devem ser imediatamente descartadas. As
aves apresentam sintomas de palidez, pouco crescimento, diarreia, hemorragia,
alteração nos ovos e morte.
Ascite: A
ascite caracteriza-se por acúmulo de líquido na cavidade abdominal, relacionada
com lesões hepáticas, cardíacas ou pulmonares.Os quadros de ascite nas criações
caipiras ou aves silvestres estão associados com processos neoplásicos (doença
de Marek ou leucose linfóide) ou com lesões de fígado por micitoxina.
Métodos
de controle das doenças aviárias:
Isolamento: O isolamento tem como finalidade
impedir que os agentes infecciosos penetrem no ambiente das aves.Esse
isolamento deve ser uma preocupação por ocasião da construção dos aviários,
recomendando-se que sejam isolados de outros criatórios e que se controle o
acesso de homens e animais. Outras instalações que devem ser pensadas são os
locais para a quarentena, onde os novos indivíduos adquiridos ou de fora possam
ser alojados por um período máximo de 10 dias para observação e até vacinação
preventiva, antes de manterem contato com as aves já presentes no plantel.
Higiene: A higiene
tem como finalidade prevenir doenças e preservar a saúde. Podemos observar que
quase todas as doenças dependem de higiene para não se desenvolverem. Por tudo
o que foi escrito e lido achamos que este é o ponto mais importante para quem
quiser ter sucesso na sua criação. A higiene não está restrita apenas aos
ambientes mas a todos os utensílios, comedouros, bebedouros, poleiros etc..e
deve ser feita de 15 em 15 dias ou menos com água e creolina a 2%. Também a
caiação dá bons resultados: 20 litros de água + 1.5kgs. de cal extinta e 100ml
de creolina. Pulverizações com formol ou Lysoform bruto também são úteis.
Vacinação: Apresentamos
a tabela logo no início deste tema por acharmos de importância crucial na
sobrevivência de nossas aves, tendo em vista o tráfego que as aves de
competição e exposição realizam. Além do que,as aves vacinadas passam para os
pintos os anti-corpos para os primeiros dias de vida. Esperamos que
todos dêem a máxima importância a tudo que foi exposto e conduzam suas
atividades dentro destes critérios que só irão valorizar as criações e
credenciar os criadores.
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